O sono a acariciava com suas mãos delicadas. A luz que inclinava- se em sua direção vinha da TV que ainda estava ligada. Os lances de luz a hipnotizaram aquela noite. Na mesa de centro um cigarro e uma bebida qualquer. Sentada no chão da sala com os olhos inundados por uma tempestade de sentimentos tão contraditórios, questionava-se sobre tudo o que sentia.
Entre um gole e outro da tal bebida, um soluço a acompanhava. Não entendia o porquê de seu coração estar tão apertado.
– Ele não merece meu amor. Pensava ela.
E ordenava a sua alma que parasse de pensar nele.
– Teimosa e maldita. Pare!
Naquele momento diálogo algum funcionaria. Recordava-se da tarde que passou. Do banco. Do céu. Das folhas. Do beijo. Do gosto de fel. Dos seus olhos tão azuis. As lágrimas frias teimavam em cair. Molharam o seu vestido. Ela precisa ouvir a sua voz. De súbito pegou o telefone e discou o número rapidamente.
– Alô. Quem é? Quer falar com quem? Alguém do outro lado da linha perguntava. Desligou.
Não conseguiu pronunciar uma palavra. Chorou. Levantou-se. Já era madrugada. Caminhou até o banheiro. De frente para o espelho, chorou novamente. Lavou seu rosto com a verdade mais fria existente. Estapeou-se. Precisava acordar. Sentia que estava ruindo aos poucos. Saiu do banheiro. De volta à sala desligou a TV. Do 15º se atirou.
Esse texto é uma passagem subjetiva subsequente a um evento real?
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